'Confissões de um mercenário económico', resenha de Valentim R. Fagim

Na verdade, são três os sistemas para submeter um governo, de menos a mais: a ação dos mercenários económicos (caso da Arábia), os chacais (os que mataram Torrijos) e a invasão militar, caso do Iraque ou o Panamá com Noriega

Terça, 15 Maio 2012 00:00

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Valentim R. Fagim é presidente da AGAL e académico da AGLP

Valentim R. Fagim - É numeroso o formato de livro que se debruça sobre o lado oculto dos Estados Unidos de América, sobre os esgotos de um país que é a 1ª potência mundial porque se serve do resto do planeta para o fazer, com o convencimento que aninha nas suas elites de que têm esse direito: o mundo está para ser explorado por nós.

Numeroso são também os autores que nadam nestas análises, Chomsky talvez seja o mais conhecido do grande público mas todos e todas eles têm algo em comum: falam de fora. São analistas que se informam conscienciosamente, quer através de fontes indiretas quer através de contatos com os protagonistas.

Particularmente sempre achei especialmente interessante aqueles autores que denunciam o “dentro” com o saber de quem morou nos interiores da máquina. É o caso de John Perkins.

Durante muitos anos trabalhou de consultor económico. A sua tarefa era enganar os governos de países produtores de matérias primas. A burla consistia em elaborar relatórios de crescimento económico que permitisse a sua empresa encorajar os governos a se endividar, na crença de que poderiam fazer frente à devolução do empréstimo. Nunca era assim.

John Perkins trabalho no Irão, no Panamá, no Equador, na Arábia Saudita... e tratou com muitas das suas elites, mesmo os presidentes. É especialmente interessante a sua relação com Torrijos, presidente do Panamá, que conseguiu a devolução do Canal e foi assassinado, provavelmente, pola CIA anos depois. Na verdade, são três os sistemas para submeter um governo, de menos a mais: a ação dos mercenários económicos (caso da Arábia), os chacais (os que mataram Torrijos) e a invasão militar, caso do Iraque ou o Panamá com Noriega.

Outro aspeto interessante deste livro é que permite ligar dados soltos, informações que podemos ter desconexas e permite construir, o que é mui importante, análises globais e visões de conjunto.

Deixo este vídeo para abrir boca:

 

 

 

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