Revista basca 'Argia' publica um artigo sobre o reintegracionismo
O artigo inclui reflexons do presidente da AGAL, Miguel Penas, e da escritora e militante independentista Teresa Moure
Actualizado em (Quinta, 02 Janeiro 2014 09:54)

PGL País Basco - A revista basca Argia ("Luz") publicou há poucos dias um artigo sobre a situaçom lingüística galega, com especial ênfase no movimento reintegracionista. O autor, Unai Brea, recolhe declaraçons do presidente da AGAL, Miguel R. Penas, e da escritora e militante independentista Teresa Moure.
Unai Brea, jornalista da Argia especializado em temática ambiental, depois de vários anos como colaborador começa a trabalhar de jeito estável na revista desde 2007. Recebeu o prémio CAF-Elhuyar, em 2009, ao melhor trabalho jornalístico de divulgaçom científica. De ascendência galega, nas últimas semanas de setembro do 2013 estivo na Galiza a trabalhar em várias reportagens sobre o País, tratando temas como política e a língua, fundamentalmente, saindo deste modo do seu campo habitual de trabalho.
Publicamos a seguir um resumo do artigo na sua versom em galego-português.
Este artigo inicia numha grande cidade de Galiza, Vigo. Numha rua dum bairro operário olhamos umhas pintadas nas paredes fazendo um apelo à greve geral. Duas escritas diferentes, dum lado folga xeral, dum outro greve geral. Distinta grafia, mesma pronúncia. A primeira modalidade, defendida pola RAG e implantada desde os inícios dos anos 80, está sendo ministrada na educaçom, na imensa maioria dos meios de comunicaçom e é aceite pola maioria das/os falantes, mesmo dentro dos partidos nacionalistas. Greve geral é outra modalidade estabelecida pola norma da asssociaçom AGAL, nascida também polos mesmos anos que a anterior e principal representante da corrente reintegracionista.
Miguel Penas, presidente da AGAL, afirma que a Galiza precisa ter em conta a norma padrom estabelecida e desenvolvida completamente além do Minho, que conta com um Estado próprio. Esta norma, a do português, é a que a Galiza tem de olhar. No entanto, a norma AGAL e a do português som quase a mesma, deixando à margem algumhas especificidades. Assim, temos um exemplo no fim da palavra -ção face à -çom da AGAL em galego. Numha primeira vista de olhos, todas som diferenças de tipo ortográfico, mas isto nom é o mais importante, senom assim mesmo a filosofia em que se insere, nas palavras de Penas. Defensores do reintegracionismo afirmam que a norma imposta pola ILG-RAG afasta o galego do português para assimilá-la ao castelhano. É possível perceber, nom apenas na ortografia, a semelhança com o castelhano.
No ano 2003, Real Academia Galega realizou umha mudança com certo "sabor" português. Assim, fôrom eliminados signos interrogativos no começo da frase, que até esse momento só eram utilizados no castelhano, di Penas. A essa mudança denominárom-na consenso ortográfico, mas nom foi bastante para defensores do reintegracionismo. "A RAG renuncia a falar connosco, nom é possível discutir a normativa oficial sobre esta questom2, di Miguel Penas.
Na opiniom de Miguel Penas, a norma impulsionada pola AGAL afasta-se menos do que a padrom da língua utilizada polos falantes, mas o peso da oficial e seu período de implantaçom nestes 30 anos fai o povo acabar por esquecer seu próprio modo de falar. Um exemplo é o dos dias da semana. Tradicionalmente, na Galiza nomeavam os dias da semana do mesmo jeito que o fazia o português: segunda-feira, terça-feira... envez de luns, martes... forma esta última imposta pola Real Academia Galega e tomada do castelhano, mas adaptada à fonética galega. Os falantes fôrom estrangeirizados, na opiniom de Miguel Penas. Todas e todos aceitam estas formas através da escola, da televisom, além de serem termos utilizados de costume no castelhano. É assim que após todo ese tempo de imposiçom som esquecidas as formas originais e aceites as novas formas impostas.
"O argumento na nossa contra di que com a norma AGAL teríamos de aprender muitas cousas novas da nossa língua, enquanto com a norma oficial nom é preciso. No dia de hoje na Galiza além de descer o número de falantes, surgem também argumentos em defensa de línguas como castelhano e inglês polo seu maior número de falantes". Teresa Moure militante independentista argumenta num artigo escrito na Praza Pública que se apenas temos em conta o número de falantes condenaríamos à morte o euskara. Atualmente, além da AGAL só grupos independentistas promovem o reintegracionismo, polo que também é umha disputa política. Se negarmos galego-português, jamais poderemos atingir nossa independência, di Moure.