Uraitz Soubies e Ruben Sánchez: «Um 'arlote' é um aldeão na cidade, uma moça no mundo laboral, um basco ou um galego errante»

Cada segunda-feira no PGL, a partir de 21 de outubro

Quarta, 16 Outubro 2013 00:00

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Uraitz Soubies e Ruben Sánchez

PGL País Basco - The Arlotes é um seriado de desenhos animados em língua basca que se disponibiliza gratuitamente através da internet graças ao apoio popular, que permitiu financiar o projeto. Após o chamamento público divulgado no PGL, o seriado tem agora versom em galego reintegrado e será emitido no Portal cada segunda-feira. Com motivo disto entrevistámos os criadores de The Arlotes, Subén Sánchez e Uraitz Soubies.

Como nasceu The Arlotes?

Uraitz Soubies: Ruben mais eu somos de Gasteiz e conhecemo-nos desde há tempo, quando eu tocava nos grupos Kontrairo e a Mexikana Klandestina. Ele fizo-nos alguma letra, cantava alguma vez e depois fizemos trabalhos audiovisuais...

Ruben Sánchez: Un dia Uraitz dixo-me que estava aprendendo a fazer desenhos animados, dos quais eu sempre gostei muito, e tivemos vontade de os fazer. O problema é que Uraitz reside no México, assim que fôrom menos de 40 dias os que estivemos a trabalhar junos em Gasteiz: o resto tivemo-lo de fazer a distáncia!

Em que consiste o seriado?

Ruben: Duas moças e dous moços formam um grupo de música em Gasteiz. Harry, o protatonista, é o cantante e o mais arlote de todos. Vai aprendendo a golpes e é um bocado torpe, tosco, grosseiro... mas de boa madeira.

Uraitz: Rimos muito com ele!

Uraitz Soubies e Ruben Sánchez

Qual é o público a que se dirige The Arlotes?

Uraitz: Jovens e adultos com espírito jovens. Arlotes, em geral.

Ruben: Se procuras no dicionário a palavra «arlote», diz que é indigente, vagabundo, descuidado... Mas nom só é isso: um arlote é um baserritarra (aldeão) na cidade, uma moça no mundo laboral, um basco ou um galego errante, um imigrante... uma pessoa que procura o seu lugar na vida.

Ruben Sánchez e Olatz Agirre interpretando Lady Mari e Jaun Sugoi,
dous seguidores do seriado que aparecem em cada capítulo

Vós sois bascos; The Arlotes, também. Porém, o seriado pode ser compreendido por pessoas que nom conheçam nada sobre o País Basco?

Ruben: Eu acho que o seriado pode servir precisamente para isso, para conhecer uns jovens bascos e as suas andanças. Evidentemente, haverá cousas que resultem desconhecidas para a gente que nom saiba nada sobre Euskal Herria, mas isso também pode ser interessante: acender a curiosidade.

Uraitz: Os personagens som como uma banda desenhada da Gasteiz que conhecemos nós entre os séculos XX e XXI. Está caricaturizada, mas nom adulterada: a sua maneira de falarem e se comportarem é bastante real (a música, os bares, a atmosfera...).

 

Uraitz Soubies realizando a banda sonora de um dos capítulos

Para a produçom do seriado lograstes algo mais de 4.000 € numa campanha de crowfunding. Surpreendeu-vos a resposta da gente?

Uraitz: Pois sim, tendo em conta aliás que somos ‘novatos’. Houvo mais de cem pessoas, bares e pequenas empresas que nos ajudárom. O certo é que desde o começo nos sentimos muito arroupados.

Ruben: E pressionados! Porque a gente apoia-te porque acredita que o que vás fazer vale a pena. Claro que é uma pressom muito motivante.

Arlotes com Txerra Bolinaga, bateria do grupo R. I. P.,
que aparece num capítulo

Como promocionastes o crowdfunding e o seriado?

Ruben: Por internet: com a plataforma Goteo, redes sociais, meios de comunicaçom, por correio-e... Percorrendo a rua... Basicamente, sendo maçadores do modo mais ameno, digno e elegante possível!

Uraitz: Ruben é muito bom com isso! [Risos]

Como surgiu a hipótese de legendar o seriado ao galego? Como vos pugestes em contato com o tradutor?

Ruben: Eu acabava de ler a traduçom ao basco de Made in Galiza, do Séchu Sende, e pugem-me em contato com o seu tradutor, Txerra Rodriguez. Ele, por sua vez, pujo-nos em contato com Paulo Lema, que desde o começo recebeu o projeto com entusiasmo e desinteressadamente.

Foi difícil a traduçom?

Uraitz: Paulo pergunta-nos todas as suas dúvidas e há palavras que nom se traduzírom, como bertsolari, que é uma pessoa que improvisa versos, como os regueifeiros.