Apresentaçom da estratégia luso-brasileira na Faculdade de Filologia da Corunha

Comecei advertindo de que ter uma opiniom sobre língua e sociedade nom é questom de filólogos

Terça, 07 Dezembro 2010 08:26

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Valentim R. Fagim - A diferença de um encontro anterior com Cilha Lourenço, esta vez conseguim chegar na hora certa. Fizemos as provas técnicas correspondentes e quando tudo estivo pronto ficamos à espera do público: os alunos e alunas do 1º ano do Grau em Estudos Linguísticos e Literários, estudantes que depois irão enveredar por inglês, galego-português, francês...

Era um auditório de filólogos e filólogas, o que permite elevar a fasquia, mas a priori mui heterogéneo em termos de interesses. A sala estava superlotada com pessoal até de pé, o que sempre é um plus para um palestrante e um indício de que o docente tem uma química especial com as suas turmas. Oxalá a UdC seja das universidades que premiam este tipo de perfis profissionais.

Comecei advertindo de que ter uma opiniom sobre língua e sociedade nom era questom de filólogos e que inclusive ser filólogo podia ser um inconveniente sério. Afinal, trata-se de levantar a cabeça para ter a visom mais panorâmica possível e alguns filólogos e filólogas tendem a embrenhá-la, quer em dialetologia, em gramática histórica, na romanística ou nas suas teimas e neuroses.

Concluim que afinal, o que se trata é de estratégia cultural e política para uma língua que está a ser substituída por outra e aí todos temos todos algo que dizer.

Continuei a mostrar que a diferença fundamental entre o nosso país e o Brasil e Portugal é que no nosso, a dada altura histórica, a nossa língua passou a ser património apenas das classes ditas baixas e que isto tivo três consequências que perduram até hoje, a castelhanizaçom das falas galegas, umha funçom socialmente periférica para elas e umha traslaçom do mundo que se expressa em português para o mundo que se expressa em castelhano. Cada uma destas dinâmicas foi analisada - o plano era que o auditório tomasse consciência para cada uma delas- e mostrei as soluçons reintegracionistas para resolvê-las em contraste com as soluçons que se estám a implementar desde há décadas.

A palestra finalizou com uma mostra de açons políticas e culturais na linha de «eu ganho, tu ganhas», que permitiriam que a sociedade galega saísse a ganhar no seu conjunto, por cima das visons particulares que os grupos e as pessoas podamos ter sobre a língua da Galiza.

A seguir, esbocei quatro pontos sobre as facilidades e dificuldades para os galegos acedermos ao português de Portugal e do Brasil dando mostra de que está muito perto mas nom chega com ficar sentado. Há que se mexer.

Nunca se sabe a curto prazo a incidência que uma atividade como esta pode ter. Polas informaçons que me fizo chegar a professora Cilha parece que alguma semente prendeu logo. Tomara que outras prendam no futuro.

 

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