A estratégia luso-brasileira no IES da Sangrinha
Cinquenta pessoas assistiram à palestra sob a organizaçom do alunado da Equipa de Normalizaçom da Língua Galega
Terça, 23 Novembro 2010 00:00

Panorámica do público assistente à palestra no IES da Sangrinha (Guarda)
Valentim R. Fagim - Tudo começou quando chegou ao email corporativo umha mensagem de umha aluna de 17 anos, a estudar no licéu guardês da Sangrinha. Alba Cividanes está a cursar o último ano e queria organizar muitas atividades antes de se despedir do centro.
Em suas palavras: “Como sei que a normativa AGAL está à margem dos institutos gostaria-me contactar com vós para ver se poderia organizar algumha palestra ou colóquio sobre esta normativa, a sua origem, as motivaçons e causas polas que se emprega e defende... algo para achegar esta normativa ao sistema educativo...”. Acabava despedindo-se com o clássico “este correio leva muitas gralhas” e eu pensava, bom, se eu escrevesse assim com a sua idade!
É claro que o pessoal do Conselho ficou emocionado, afinal investimos a nossa energia e o nosso tempo para acontecerem cousas assim, e contatamos com ela para implementar a proposta. Cruzei também vários correios com a sua professora de galego, Marisa Guerra, que em todo o momento deu o melhor de si para que o evento fosse um êxito bem como a diretora do centro, a professora Pilar Carro, também presente na palestra.
Quando lá cheguei, numha tarde tempestuosa, entrei em contato também com a aluna Andrea Araujo, da ENL, e o aluno Rubén, o precoz técnico informático que preparou tudo para a tecnologia colaborar connosco. O espaço para palestrar era imelhorável e a quantidade de público foi para além das minhas expetativas. E fico por aqui para dar espaço a Marisa e Alba para serem elas as que fotografem o que se passou. Deixar constância apenas da nossa vontade de repetir eventos similares noutros centros da Galiza.
Marisa Guerra:
No presente curso, um grupo de alunas e alunos do IES A Sangriña decidírom unir-se para levar adiante atividades de promoçom e dignificaçom da nossa língua.
O dia 9 de novembro decorreu o primeiro ato organizado polos alunos e alunas que integram a Equipa de Normalizaçom da Língua Galega.
Valentim Fagim, presidente da Associaçom Galega da Língua, falou e demostrou a importância do galego como instrumento de comunicaçom e de acesso à riqueza social e cultural dos países da Lusofonia.
O variado público seguiu encantado umha interessante exposiçom que deixa bem clara a importância e utilidade de conhecer e utilizar o nosso idioma tanto no nosso país como para aproximar-nos às pessoas doutros países polo mundo inteiro.
Mantermos o galego é responder à inegável necessidade de alimentarmos as nossas raízes, de sermos conscientes da grandeza da nossa cultura, de conservarmos a nossa essência, que se manifesta nas palavras criadas, transmitidas, herdadas século após século. Esta necessidade do nosso ser, esta necessidade de SERMOS é a que nos fai amar a língua e amar-nos nós como galegas, como galegos. A possibilidade de comunicar-nos com outros povos utilizando a nossa língua enriquece a nós e enriquece os outros, estabelece relaçons de irmandade, aproxima-nos aos povos da lusofonia a partir dumha situaçom de iguais, fai-nos mais fortes a nós e também a eles.
Com esta perspetiva, a AGAL promove a aproximaçom, a recuperaçom do âmbito de comunicaçom galego-portugués.
As pessoas que assistimos a esta interessante palestra agradecemos as alunas e alunos do ENLG a organizaçom deste evento e aproveitamos para lhe manifestar os parabéns pola iniciativa e para lhe desejar muita sorte no seu valiosíssimo labor.
Valentim R. Fagim, Andrea Araujo e Alba Cividanes
Alba Cividanes:
Após mais dumha semana da 1ª palestra da AGAL no liceu guardês A Sangrinha, pola minha parte, como estudante de bacharelato que tivo a iniciativa, tenho que mostrar-me contenta polo sucesso que tivo. Estou gratamente surpreendida da resposta à 1ª atividade organizada polos alunos e alunas do ENLG, comprometidos coa nossa língua. Arredor de 50 pessoas assistírom como ativo público, alguns inclusive de fora da comarca, ao qual agradecer a sua assistência, porque sem eles o sucesso da minha iniciativa nom teria sido possível.
Como crónica da palestra gostaria de contar um episódio desse dia como “organizadora” do evento. Ainda que fôrom varias as pessoas que se achegárom a dar-me os parabéns pola iniciativa, fiquei surpreendida quando estava falando com umha companheira e achegou-se-me um senhor que pola fala devia ser português, e preguntou-me : “ es Alba?”, eu muito estranhada digem que sim, mas sem saber se era a Alba que buscava... e deu-me a mao e dixo-me “ parabéns pola iniciativa, é umha boa ideia trazer ao Valentim cá”. Do abraio só fum capaz de dizer “obrigado!”. Já me parecia muito que tivesse tam boa acolhida como para que a gente me desse os parabéns pola iniciativa, cousa pola que estou agradecida, mas foi tam surpreendente que nom sabia como atuar, cousas do directo...
Agradecer imenso à direcçom do centro a sua colaboraçom, em especial a Marisa Guerra, chefa de estudos de noturno, polo seu envolvimento na organizaçom, e também agradecer a Valentim R. Fagim a sua participaçom como conferenciante e o seu didatismo à hora de transmitir a estrategia para a língua que defende.
Em conclusom, gostei de organizar a palestra, acho que foi umha atividade interessante para o liceu, e que pode abrir um bom caminho a umha série de atividades de compromisso com a língua dentro do âmbito educativo.