Maria Espantoso - A maré negra do Prestige, a maior catástrofe ambiental da história da Galiza, nom foi culpa de ninguém. É o que pode parecer após conhecermos o passado dia 13 a sentença do mediático macrojuízo: a única condena foi para o capitám do barco por «desobediência grave». Para o povo nom é suficiente, por isso volverá neste serão inçar as praças e ruas do País ao berro de «Nunca Mais».

Passárom-se onze anos do afundimento do petroleiro Prestige, que rompeu em dous e deitou toneladas de fuelóleo ao mar, o que provocou uma maré negra que durante meses foi visível na costa da Galiza. Ao mesmo tempo, umha experiência inédita de mobilizaçom canalizou a indignaçom do povo galego através da plataforma Nunca Mais.

Foi umha época de insólitas mobilizações, em que se juntou a indignaçom da cidadania pola aparente incompetência dos gestores da catástrofe com a vontade de mudanças de boa parte da juventude e, ainda, com uma nova ferramenta para o protesto social: a Internet.

Diante da evidente manipulaçom informativa de muitos jornais, rádio e televisões, muitíssimas pessoas encontrárom refúgio na Internet para exibir a outra cara da catástrofe ambiental. Fotografias que a imprensa comercial preferia ignorar, testemunhos silenciados, dados sobre novas chegadas de piche que ninguém referia... Mas também serviu para coordenar as ações de dúzias, centos de pessoas que generosamente deixárom as suas ocupações —mesmo que só fosse por um dia!— para ajudar nas tarefas de restauro dos areais e rochedos, tingidos de preto.

Entre esses refúgios da Internet estava o primigénio Portal Galego da Língua, que mesmo criou um canal especial sobre o Prestige, inaugurado menos de umha semana depois do afundimento do petroleiro. Durante dous anos, entre 19 de novembro de 2002 e 18 de novembro de 2004, nesse canal publicárom-se as informações mais relevantes —62 no total— sobre a maré negra e o protesto social, com especial atençom para a plataforma Nunca Mais e a plataforma Burla Negra, sem esquecer tampouco ações do Foro Negro ou a VA-CA, entre outras iniciativas.

Como dizia, onze anos depois da maré negra, o tribunal que julgou o caso Prestige nom encontrou culpáveis. Deus est Machina, como bem escreveu Adela Figueroa para o PGL. Contudo, o povo nom se conforma com isso. A plataforma Nunca Mais continuou latente todos estes anos mercê a umha comissom gestora com participações de organizações políticas, sindicais e sociais, a qual formou parte da acusaçom no juízo. Agora reiventou-se no Facebook para, através das redes sociais, recuperar o espírito inicial e canalizar a indignaçom face a esta sentença mediante novas mobilizações, as quais decorrerám hoje ao serão.

Às 20 h
- Corunha: Obelisco
- Ferrol: praça de Armas
- Santiago de Compostela: praça do Toural
- Lugo: praça da Soidade
- Ourense: parque de Sam Lázaro (frente à Subedelegaçom do Governo da Espanha)
- Ponte Vedra: praça da Peregrina
- Vigo: diante do Museu de Arte Contemporâneo (rua do Príncipe)
- Estrada: praça do Concelho
- Vila Garcia de Arouça: praça da Galiza
- Foz: diante do Concelho
- Ribeira: praça do Concelho
- Cee: praça 8 de Março

Às 21 h
- Monforte de Lemos: praça da Espanha