Nº 108 do Novas da Galiza já à venda
O jornal denuncia empresa líder em pirataria mundial domiciliada em Ribeira
Segunda, 21 Novembro 2011 09:32

Galizalivre.org - O último Novas da Galiza está já caminho de quiosques e domicílios, carregado de informaçom crítica e em galego internacional. A corrupçom e os cortes sociais seguem a protagonizar o cenário informativo da nossa terra.
Na capa destacam a reportagem sobre o entramado empresarial de Manuel Antonio Vidal Pego, que desde Ribeira lidera as embarcaçons líderes em pirataria nos mares internacionais, com o beneplácito do Estado espanhol, ameaçado pola UE por dar-lhe cobertura. Na entrevista principal, Maria Vence, da Assembleia do Obradoiro, integrada no 15-M, dá conta desta vaga mobilizadora de novo cunho.
Desmantelamento das garantias sociais
Nas opinions, Marcos Abalde Covelo assina “Estado de Exceçom normalizado”, e Laura Sousa Sánchez “Ganhe quem ganhar no 20-N, as mulheres perdemos”. Na contra-capa, Xiana Arias estreia-se na seçom mais ácida do jornal com “Humor tigre”. Nas notícias ressaltam as dedicadas ao desmantelamento dos serviços públicos, especialmente a sanidade, ou a perda praticamente total de fundos nos conselhos para os serviços sociais. Causa impacto, aliás, o dado de que sete fogares galegos estám a ser desalojados cada dia, e que a nova lei de despejo “express” está em caminho. Em Mar, denuncia-se a introduçom por parte da Junta de marisco contaminado na Rede Natura, e em Agro, a crescente especulaçom com os alimentos e a conseguinte suba de preços. Em Economia, tratam entre outros temas o escândalo das indemnizaçons a ex-diretivos da NovaCaixaGalicia.
Entrevista com a esquerda abertzale
A secçom de internacional, “A Terra Treme”, presta atençom, como nom podia ser de outro jeito, à nova situaçom política do País Basco. Daniel R. Cao entrevista Txelui Moreno, portavoz da esquerda abertzale, quem sinala que “A escusa para nos criminalizar era a ETA, mas o problema do Estado é o independentismo”. Na seçom de “Povos”, José Antom “Muros” achega-nos à realidade nacional dos aborígenes australianos, tasmanos e ilhéus do Estreito das Torres.
A importância da Galiza na música portuguesa e brasileira
No “além-Minho”, o cantor português Luís Cília, autor do “Avante Camarada” e outros hinos populares da esquerda portuguesa e galega, recorda o seu relacionamento com a Galiza na década de 70, quando deu no nosso país os concertos que qualificou como os melhores da sua vida, graças à partilha do idioma. Na contra-capa, a música lusófona, desta vez a bossa nova, vem de novo da mao da “conexom galega”. Trata-se da entrevista a Manuel Rieiro Romar -de Santa Comba- proprietário do restaurante António´s no Rio, em que se desenvolveu boa parte da história política, cultural e económica do Brasil na segunda metade do século XX. De seguro, as leitoras do Novas ficaram com os olhos abertos ao ouvir as suas anedotas com Vinicius de Moraes, Elis Regina, Tom Jobim ou o Chico Buarque, ou como negou mesa ao mesmíssimo Frank Sinatra.
Comércio de armas e candidatos racistas
No “Dito e Feito”, que repassa a Galiza que se move, achegam-se desta vez ao projeto de horta comunitária do bairro de Sam Pedro, em Compostela. Na seçom de debate “A Palestra”, Diego Rodríguez, secretário geral de Verdegaia, e Javier Costa, marinheiro, debatem sobre a proteçom ambiental das águas do Parque Nacional das Ilhas Atlánticas, que divide setor da pesca artesanal e ecologistas. Na “Denúncia” dá-se cumprida informaçom dos negócios armamentísticos do Estado espanhol, que vulnera leis internacionais, e fornece os principais focos bélicos do presente de jeito oculto. O veterano jornalista de investigaçom Gustavo Luca recorda os artigos racistas de Mariano Rajoy, o candidato galego à Presidência espanhola, nos anos 80. “Em análise” centra-se no fracasso da estratégia quintanista, que encerrou o seu projeto de construir um nacionalismo moderado, homologável aos de PNB e CiU com umha nova burguesia galega como motor, voltando aos resultados eleitorais dos 90.
Em cultura dá-se a conhecer o projeto arqueológico militante de Pena Furada, em Coirós, levado a cabo por pessoas voluntárias. Entrevista-se, aliás, a Antón Malde, o arqueólogo que coordenou os primeiros trabalhos. Na seçom de desportos, a Liga Nacional de Bilharda ironiza sobre o artigo que Gloria Lago lhes dedicou, advogando por um revolucionário bilinguismo: “Livruvoria! Luzan ghallufo e vervo xido! / Viva a nossa Galiza bilingüe! Viva Galiza ceibe! Vivam o galego e o verbo xido”. Destaca, aliás, a iniciativa popular “Por um Dépor em galego”. Em sexualidade trata-se a educaçom sexual em secundária; Pepe Árias resenha a ediçom galega do 1984 de Orwell, e Sino Seno assina em gastronomia o artigo “E venha vinho!”. Na Agenda, que mês a mês dá conta da intensa atividade de umha Galiza que lateja com força, destaca neste mês a grande oferta de cursos nos centros sociais.
A Revista nº 39
Nom menos interessante é, neste número, o suplemento central do Novas. Em Tempos recorda luita dos marinheiros do banco canário-saariano nos 80 que atingira grande combatividade, na reportagem “Quando a motosserra era umha arma carregada de futuro”. Na secçom de antropologia, Xavier Viana analisa em “No além do Samaim” os rituais da morte no outono galego. Aliás, em Cinema resenhasse “The Last Supper”, Concha Rousia apresenta em criaçom “Apagando rascunhos”, e Valentim R. Fagim -em “Língua Nacional”- apresenta como é possível viver na Galiza de jeito quotidiano em galego, pondo o exemplo do “chuceiro” Galegoman.
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