David Rodríguez (A Nave das Ideias): «Precisam-se espaços de confluência e debate no ámbito da sociedade civil organizada»

«No coletivo há gente diversa e as vozes que queremos escuitar e promover, também»

Sexta, 02 Setembro 2011 06:57

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David Rodríguez é parte do coletivo viguês A Nave das Ideias, que tem organizado interessantes atividades nos últimos meses

Alonso Vidal (*) - David Rodríguez é um viguês que tem participado ativamente no Foro Social Galego e que agora se ocupa da secretaria do coletivo A Nave da Ideias. Há apenas uns meses que este associaçom cultural está a desenvolver projetos ligados a debates de interesse e atualidade na cidade de Vigo.

Para falar-nos do projeto, do feito e o que fica por fazer, marcamos um encontro com ele no emblemático café De Catro a Catro, noutra altura lugar de debate, tertúlias políticas e atos literários de referência na cidade olívica. O lugar certo para conhecer o seu trabalho.

Alonso Vidal: O nome é significativo...

David Rodríguez: É. A Nave das Ideias, achamos que define perfeitamente o sentido do que nos propugemos vai já para meio ano. Abrir campos de estudo, debate e discussom sobre projetos futuros, sobre problemáticas atuais e achegar a maior parte dos coletivos sociais às conclusons alcançadas.

AV: Sodes muitos os tripulantes desta nave?

DR: Na verdade nom. Apenas umha dúzia de pessoas fomos quem pugemos a andar o projeto, mas confiamos que o coletivo medre e tome presença na cidade.

AV: Nom há muitos projetos assim por aqui, nom é?

DR: Nom. Vigo sempre foi umha cidade ativa e dinámica. Hoje infelizmente há um ermo claro no que diz respeito a sociedade civil organizada, apenas há espaços de confluência e debate. Nós nascemos assim para na medida das nossas modestas possibilidades salvar estas carências.

AV: Ideologia?

DR: A nós interessa-nos umha associaçom que nom apareça decantada partidariamente, ainda que obviamente nos situamos no terreno do galeguismo, nacionalismo, a esquerda e compromisso com a país. Mas no coletivo há gente diversa e as vozes que queremos escuitar e promover também devem ser diversas. Queremos promover debates, criar discurso, que surjam ideias e tentar que haja coletivos sociais que as levem a cabo.

AV: Por exemplo...

DR: O encontro que figemos sobre a problemática dos neofalantes. A sociedade atual nom é a de há décadas e hoje nas cidades como Vigo quase desapareceu o galego como língua materna. Os que se achegam agora a ela som neofalantes com umha problemática específica. Temos que criar discurso também na ideia de que a vida em galego é totalmente viável nos ámbitos urbanos. Estamos muito contentes porque esta atividade tivo umha grande assistência de público e mesmo repercussom social e mediática. Foi um sucesso que nos animou a tratar outros temas como o dos meios de comunicaçom na Galiza com participantes de diversos meios. As conclusons deste ultimo também fôrom bastante unánimes.

AV: Em que sentido?

DR: Sem especificar muito, podemos concluir que há um amplo espectro da sociedade que nom aparece nos meios habituais de imprensa. Há umha sociedade civil que se move e na imprensa apenas é reconhecível o que interessa aos grandes meios de massas. Já nom falemos de dar saída a temas marcadamente alternativos e conflituosos que ponham em causa o status quo.

AV: Que projetos tendes agora?

DR: Estamos interessados em confecionar um mapa histórico de Vigo e comarca, onde apareçam refletidos os factos que nom recolhe facilmente a historiografia oficial. Seria umha espécie de história alternativa onde teriam cabida os movimentos de contestaçom operária, os movimentos sociais, os lugares de repressom. Ainda estamos em fase de recompilaçom de dados. A nossa intençom é pô-lo na web para que as pessoas saibam que há dados ocultos ou pouco conhecidos de revolta ou luita.

 


(*) Entrevista originalmente publicada no nº 102 do Novas da Galiza (maio-junho de 2011 )

 

 

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