Valentim R. Fagim: «O guiom em que fomos sociabilizados a respeito da nossa língua é limitador»

«Pertencemos a uma geraçom à qual se ocultou que polo facto de sermos galegos tínhamos uma porta imensa aberta»

Quarta, 24 Agosto 2011 00:00

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Valentim R. Fagim, presidente da AGAL

E. Maragoto (*) - A atual direçom da Associaçom Galega da Língua está a abrir a porta a novos argumentos na defesa do galego, relacionados quase sempre com a mais-valia internacional do mesmo.

Obviando a clássico discurso de o galego e português serem o mesmo idioma, o objetivo seria agora demonstrar que com a nossa língua, à margem das diferentes conceçons filológicas, é possível chegar com facilidade ao conhecimento de umha língua falada em muitos países, alguns deles com muito futuro.

Os Ops! e os aPorto som as iniciativas mais elaboradas desta estratégia, que também inclui cursos de português on-line e um festival éMundial que preparam para julho (*).

EM: É o segundo ano que organizades cursos de verao no Porto e este ano parece que fazedes um investimento maior. Corrêrom assim tam bem no ano passado?

Valentim R. Fagim: O que descobrimos no ano passado foi o potencial que estes cursos podiam ter se aprimorássemos alguns aspetos, para já, a difusom. Foi por isso que elaboramos um vídeo onde uma das docentes, a Filipa Fava, explica em que consistem os cursos. Este ano aspiramos a ter um mínimo de 50 alunos e alunas e o mesmo ou maior grau de satisfaçom que no ano passado. Nom é apenas língua, é cultura, é contacto, é Porto.

EM: Ops!, porquê?

VRF: Porque a equipa coordenadora, da AGAL e da Andaime, pertencemos a uma geraçom à qual se ocultou que polo facto de sermos galegos tínhamos uma porta imensa aberta. Precisávamos informaçom e um bocado de formaçom e nada disso nos foi oferecido. Ops! nasce para que as novas geraçons nom tenham essa carência e para animar os docentes de galego a incluírem materiais das outras variantes da nossa língua.

EM: Como estám a ser acolhidos polas cámaras municipais e os centros de ensino?

VRF: Quase todas as cámaras municipais com que contactamos recebêrom o projeto com muito interesse e contratárom os ateliês. A outra parte do processo, alunado e docentes estám a achar os Ops! aliciantes e uma ferramenta útil. Ops! é o que exclamamos quando (re)descobrimos algumha cousa: Ops!, a nossa língua é útil.

EM: A AGAL di que a nossa vantagem competitiva no mundo é a língua? Isso pode-se medir?

VRF: Há estudos nesse ámbito a respeito da língua inglesa, portuguesa e espanhola. Nom sei até que ponto é mesurável com pormenor, mas o que sei é que na atualidade a maioria da cidadania galega nom está a usufruir o galego na sua versom émundial. Neste sentido, zero é um número fácil de medir.

EM: Tendes mais projetos nesta nova estratégia normalizadora?

VRF: Entre 4 e 9 de julho estamos a organizar uma semana cujo nome, éMundial, é indicador da sua pretensom: mostrar que o guiom em que fomos sociabilizados a respeito da nossa língua é limitado e limitador. A nossa língua é mundial e para o evidenciar o programa incluirá música, exposiçons, literatura, folia, conversa... e sobretodo interaçom humana.

 


(*) Entrevista originalmente publicada no nº 102 do Novas da Galiza (maio-junho de 2011 )

 

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