NGZ destaca acampamentos dos 15M, resultados das eleiçons autárquicas e a oposiçom à ‘Sogama do Sul’ no nº 103
Reflexons do cantor português José Mário Branco numha entrevista sobre a geração à rasca
Segunda, 11 Julho 2011 08:03

PGL - A capa do número 103 do periódico Novas de Galiza abre com os acampamentos do Movimento do 15M. Os resultados das eleiçons autárquicas e a oposiçom popular à ‘Sogama do Sul’, som as outras duas notícias em destaque.
A precarizaçom das conveniaçons coletivas, entrevistas ao cantor português José Mário Branco e à ativista Luísa Ocampo, junto às Olimpíadas Populares completam a capa do mais recente número do periódico de informaçom crítica.
Para contextualizar o quadro da Galiza que apresenta mais uma vez o Novas, podemos partir da informaçom internacional, que apresenta o conflito da Costa do Marfim como um paradigma do colonialismo na África de hoje, para o qual detalha a relaçom da nacionalizaçom da indústria do cacau polo anterior governo socialista com as revoltas apoiadas por França, e, mais perto de nós, dá conta da virada à direita resultante das eleiçons legislativas em Portugal.
Corrupçom generalizada
A saída à luz —depois das eleiçons— da imputaçom de cargos da Junta em processos judiciais relacionados com o Instituto Galego de Promoçom Económica (IGAPE) e a Sociedade Galega para o Meio Ambiente (SOGAMA), de que informa o Novas, mostram que a corrupçom vai do berço ao túmulo do ciclo produtivo, para a partir de ali projetar a ‘Sogama do Sul’, a nova encarnaçom da ideia-força governamental da “geraçom de energia por incineraçom (de lixo)”. E mais do que encarnaçom, criaçom do nada; assim co NGZ regista os grandiosos custos da Cidade da Cultura e o avanço da investigaçom sobre o Grupo Plexus, vinculado ao dirigentes do PP, mais um caso do aproveitamento do público por aqueles que o ocupam e o vilipendiam.
Exemplos das variedades de corrupçom de que nos informa o Novas som a legalizaçom das construçons ilegais de Barreiros polo governo autonómico; ou a política florestal da Junta, que consiste em reduzir orçamento e efetivos para a luita contra os incêndios, enquanto o projeto de Lei de Montes do PP prevê reduzir à metade as faixas de segurança em torno de edificaçons. Todo isto quando sabemos, aliás, que a “metade do total de eucaliptos plantados no Estado estám na Galiza”.
Para ajudar-nos a entrever os efeitos no meio ambiente da corrupçom da Junta e as corporaçons municipais, a publicaçom soberanista informa dos novos parques eólicos em zonas de interesse ambiental e a permissom para a instalaçom de piscícolas em espaços protegidos do litoral (ambas gestas do Governo atual), e também da denúncia que fazi o coletivo Matar por Matar Nom, dos estragos da Fenosa na manutençom de suas linhas elétricas e a nova seca do Sil provocada por Iberdrola.
Num artigo da secçom opiniom, “O destransgenizador que nos destransgenize...”, Ugio Caamanho analisa as causas e conseqüências da situaçom catastrófica provocada na Galiza pola aplicaçom da agro-biotecnologia. Outra face que se completa com a notícia sobre a investigaçom pola Fiscalia do cultivo transgênico em Messia. Por sua parte, Firmino Martínez analisa em “É Barak Obama negro?” a tendência a classificar as pessoas em categorias biológicas. Concha Roussia e seu artigo sobre “Gênero e saúde”, bem como a informaçom sobre investigaçom científica dos efeitos neurológicos da Internet (secçom Web), iluminam aspetos críticos da sociedade presente.
Das conseqüências negativas para a saúde pública do vigente sistema produtivo é nova prova o novo questionamento da segurança alimentar levantado polo alarme da bateria E. coli na Alemanha (nom na Costa do Marfim), segundo informa o jornal. Por outra parte, a saúde pública pode ser negócio privado, como podemos comprovar na secçom A Denúncia, com um completo relatório elaborado pola Associaçom Galega para a Defesa da Sanidade Pública, que senuncia como Price Waterhouse Coopers, a consultora que recebeu da Junta 220 mil euros por pontuar as empresas que optavam à concessom do novo hospital viguês, está a ser investigada pola Audiência Nacional espanhola, entre outros organismos, por delitos fiscais, negligência, estafas e falsificaçom de contas para sociedades que assessorava. Um quadro complementar pom em destaque os “novos amos do sistema sanitário viguês”, entre as quais Concessia, Acciona, Puentes y Calzadas e Obras, Caminos y Asfaltos.
Intensificaçom da exploraçom e o submetimento
O perigeu desta “auto-apoteose” vem ilustrado pola precarizaçom por parte do Governo espanhol do atual modelo de conveniaçons coletivas e outros direitos laborais ao aprovar sem consenso umha reforma da negociaçom coletiva que abre a porta a umha descida de salários para as trabalhadoras e trabalhadores. Na mesma deriva, Luísa Ocampo Pereira, militante de MNG e integrante da Plataforma de organizaçons feministas de Vigo, fala numha das entrevistas do que vai significar a ‘Lei de apoio à família e à convivência’ e das respostas do movimento feminista perante a maior ofensiva patriarcal das últimas décadas.
Das diversas respostas das camadas populares ao império do império é prova a informaçom sobre a repressom com que se intenta submeter a resistência, como a absolviçom de 28 pessoas acusadas de obstruírem as obras do complexo de Massó em Cangas ou as denúncias por torturas ou maus tratos na Galiza sob custódia do Estado: 39 no ano 2010, das quais sete delas falecêrom, segundo Esculca, coletivo pola defesa dos direitos e as liberdades.
Reaçom e mobilizaçons
Além do ataque à sede do PP em Ordes, primeiro após as eleiçons autárquicas, o Novas da Galiza informa de mobilizaçons e iniciativas como a manifestaçom em Muros contra o cultivo industrial do salmom e a resposta que estám a preparar os movimentos populares ante a possível construçom da ‘Sogama do sul, que se detalham na secçom A Fundo; e também a mais genérica ‘Marcha Galega polo Emprego’, promovida pola CIG, e a iniciativa, concreta e tam simples como de longo alcance, para o nom financiamento do gasto militar através da objeçom fiscal na renda.
Sempre atento ao movimento soberanista galego, NGZ informa da ‘Declaraçom Galega de Soberania’, iniciativa para reclamar autodeterminaçom promovida por um grupo de ativistas a nível individual; dos diversos preparativos soberanistas para o próximo 25 de julho, assim como da comemoraçom em Vigo do décimo quinto aniversário da AMI. Em Exame analisam-se os resultados das eleiçons autárquicas na Galiza, atribuindo a suba do PP aos descontento social pola gestom do governo do PSOE e detendo-se nos resultados das candidaturas soberanistas.
Em Dito e Feito entrevista-se a Beatriz Pérez, da associaçom cultural ‘A Zalenvá de Barbadás’, expoente da atividade juvenil ourensana que está a criar novos espaços para o lazer alternativo e a dissidência. Mais informaçom sobre a face construtiva dos movimentos populares nas notícias sobre o Concurso da Galicola; o ‘Dia do Orgulho Lusista e Rentegrata’, e, na seçom de Desportos, a final da Liga Nacional da Bilharda e as Olimpíadas Populares do Ribeiro.
Com respeito ao movimento contestarário, para além do editorial e as cartas do Pelourinho do Novas, em Além Minho entrevista-se a José Mário Branco, o maior expoente vivo da música de intervençom portuguesa, que reflexiona sobre o recente movimento de protesto no país luso, a geração à rasca. E na Palestra, Carlos Garcia Seoane, por umha banda, e Aurélio Castro, Daniel Salgado, Gonzalo Pallares e X. Carlos Hidalgo, por outra, apresentam duas visons a respeito da capacidade transformadora do movimento pola democracia real. Ainda, é analisada a evoluçom dos acampamentos nascidos do 15M e sua relaçom com a ‘indignaçom’ digital. Por sua parte, Mónica Gonçalves Devesa reclama “Feminismo para todas (as pessoas)” também na organizaçom e funcionamentos dos movimentos transformadores.
Em Economia, um artigo do advogado chileno Gonzalo Boye, assinala o esgotamento do modelo constitucional como causa da atual crise de sistema; em Media, entrevista-se a Xurxo Salgado, coordenador do Portal Galicia Confidencial; e em Estudo, Manuel César Vila escreve sobre "O valor económico da língua”.
Também informa de aspetos mais prometedores da realidade internacional, como a presença galega na Segunda Frota da Liberdade em solidariedade com o Povo Palestiniano ou os avanços do movimento independentista da Escócia.
Lazer e cultura
A seçom Cultura leva uma entrevista com Xan Gómez, Lara Rozados e Pablo Cayela, do cineclube de Compostela, e a presença de Xurxo Chirro no Festival de Documentário de Marselha com ‘Vikiland’. Em Tempos Livres, Beatriz Santos fala-nos de Maria Stopes, impulsora da planificaçom familiar e Toni Lodeiro continua sua introduçom às bebidas vegetais. Encerra a seçom informando do livro A Guerra Silenciada. Mortes violentas na comarca de Ordes 1936-1952, de Manuel Paços Gomes. Ainda, do guia de atividades estám pendentes as bandeiras de trainhas em Moanha e segue aberta a participaçom para o Certame Literário Feminista organizado pola Assembleia de Mulheres do Condado.
Na contra-capa Antía Rodríguez entrevista Marcos Paino e Denís Mutante, dous dos responsáveis de ‘Non saímos do lixo’, série de humor na Rede criada para a plataforma ‘Komunikando.net’ que começa sua segunda temporada. Um artículo do Leo F. Campos, “Obrigado”, valoriza a relevância da iniciativa.
A Revista
No número 34 da REVISTA, o suplemento do Novas da Galiza, encontramos em A Galiza Natural o artigo “Os últimos sapo-conchos do Louro”, que trata sobre o cágado-de-carapaça-estriada, tartaruga ainda presente nas ribeiras do Louro e do Arnoia. Mais político, o artigo “Que foi de nacionalistas e marxistas?” repassa a metamorfose ideológica da Transiçom de políticos como Francisco Vázquez, Pedro Luaces ou Vilas Nogueira. Poemas de Raida Rodríguez em Criaçom e a apresentaçom do documentário Inside job (Cinema para pensar), sobre o sistema financeiro e governamental norte-americano, som outras dos conteúdos neste exemplar de junho.
Capa do Novas da Galiza nº 103
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