Letras Galegas de 2014 serám para homenagear Díaz Castro
A sua única obra, Nimbos, chegou a ter um prefácio de Carvalho Calero, quem definira o poemário como restaurador da «poesia total»
Terça, 25 Junho 2013 06:52

PGL - O Plenário da Real Academia Galega decidiu dedicar o Dia das Letras Galegas de 2014 ao poeta chairego Xosé María Díaz Castro (Guitiriz, 1914-Lugo, 1990). Em vida só publicou umha obra, Nimbos, qualificada por Carvalho Calero como a restauradora na nossa literatura da «poesia total».
Precisamente, Ricardo Carvalho Calero, pertencente à mesma geraçom que Díaz Castro, era outro dos candidatos a receber a homenagem em 2014, juntamente com Fiz Vergara Vilariño e Xosé Figueira Valverde. Tanto Carvalho como Filgueira já fôrom candidatos em várias ocasiões.
Trajetória
Com quinze anos, Díaz Castro entrou no seminário de Mondonhedo, onde estudou até 1936. Na localidade marinhã compujo dous poemários que nom chegou a editar: Follas Verdes e Follas ô Aire [sic]. A partir de 1939 foi professor em Vila Garcia de Arouça, onde continuaria a sua atividade poética, mesmo reconhecida com prémios como o dos Jogos Florais de Betanços de 1946. Dous anos depois deslocou-se até Madrid (Espanha), onde residiu até a sua reforma. Desde a cidade espanhola continou a colaborar na vida literária galega, neste caso mediante o envio de poemas a revistas da Galiza ou participando nalgum ato público. Na década de 80 do século passado, algumhas publicações figérom sair à luz vários poemas das suas primeiras obras de cinqüenta anos atrás.
Nimbos
A primeira ediçom de Nimbos saiu dos prelos em 1961 sob chancela de Galaxia. A segunda, duas décadas depois, publicada pola Editora Nacional em ediçom bilingüe galego-castelhano, com um alargado prólogo de Ricardo Carvalho Calero. A terceira ediçom, novamente com Galaxia, viu a luz em 1989, já novamente só em galego, mas sem o prefácio de Carvalho Calero. Foi precisamente esta ediçom a que utilizou como base um conhecido jornal galego para umha coleçom de literatura galega que distribuíu em 2002.
Nimbos é umha obra composta por 32 poemas que abrangem um amplo leque de temas, entre os quais a reflexom autopoética, a relaçom entre a humanidade e Deus, o passo do tempo ou Galiza. Segundo Armando Requeixo, «a teoria poética diaz-castriana encerrada em Nimbos descobre-nos um poeta convencido do essencial papel jogado pola lírica no devir humano, pois a palavra dá vida e sentido à existência».