Lançamento conjunto de "Mordida" e "A Noiva e o Navio" em Culheredo

Ato conjunto na sexta-feira, dia 16 de novembro, a partir das 19h30 · Apresenta Mário J. Herrero

Quinta, 15 Novembro 2012 09:09

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Susana Sánchez Arins e Eugénio Outeiro publicam este ano com a ATRAVÉS|EDITORA

PGL - O Paço de Vilamelânea, em Culheredo, será amanhã o cenário do lançamento conjunto de duas novidades arouçanas da ATRAVÉS|EDITORA. Trata-se de Mordida, de Eugénio Outeiro, natural da Ilha, e A Noiva e o Navio, de Susana Sánchez Arins, oriunda de Vila Garcia. O ato, que inicia às 19h30, estará apresentado por Mário João Herrero Valeiro.

MORDIDA

A comida é o espaço em que se encontram o mercado e as tripas. Eugénio Outeiro reflecte sobre esta realidade no que é o seu segundo livro de poemas, empregando a alimentação ao mesmo tempo como metáfora e realidade do nosso Tânatos quotidiano.

Nado na Ilha de Arousa (Galiza) em 1976, mas já com sete anos levado para Ponte Vedra, Eugénio Outeiro define-se como poeta, budista zen, reintegracionista e professor de português. E no entanto, ainda que essa seja a ordem da sua preferência, talvez o tempo que dedica a cada coisa esteja a pedir uma inversão completa dos termos.

No ano 2002 viu publicado o seu primeiro livro de poemas, Às Vezes Vida, da mão da associação cultural Ateneo de Pontevedra. Também participou na obra colectiva 100 poemas – 100 voces editada pela Deputação de Ponte Vedra no mesmo ano, e é possível encontrar poemas seus em revistas como Ólisbos, Agália ou Sítio, em épocas e idades bem diferentes. Desde o ano 2003 mantém na rede o blogue pessoal Intra!, antes chamado Monólogos de Extramuros, em que, para além de opiniões, desenhos e traduções, começou a publicar alguns poemas da próxima obra em que está a trabalhar, com o nome provisional de Herança.

 

Mordida na Loja Imperdível

 

A NOIVA E O NAVIO

 

A primeira vez que embarcas vês-te envolvida por uma vertigem de palavras estranhas. a ti, que só usaches cordas para brincar quando nena, abruma-te desconhecer a diferença entre um envergue, uma driça, uma ostaga, uma escota ou uma troça. descobres que não há direita ou esquerda, mas couso e meo; nada cai ou é pousado, todo se arria; viras, aproas-te, orças, arribas, mas de torcer ninguém fala (...)

O parágrafo acima é parte da descriçom do livro que aparece na loja on-line Imperdível. A seguir, reproduzimos um dos poemas que integram este trabalho:

surpresa

como um refacho onde menos o esperas
na calma do campelo por exemplo
e a dorna escora e balança
agatunhas na outra banda
como rato água no corredor
e balouça
e orças e arribas e soltas escota
e foge e cana e perdes o rumo
e há uma bateia e vês-te no mar
assim abanaches o meu mundo
quase dou quilha arriba.

 

 

A Noiva e o Navio na Loja Imperdível

 

Susana Sánchez Arins

Susana Arins nasceu em Vila Garcia de Arouça em 1974 mas é estradense de criança. Licenciou-se em Filologia Hispânica e Portuguesa na USC, dedicando-se na atualidade à docência no ensino secundário. Em 2008 ganhou o XXI Premio Nacional de Poesía Xosémaría Pérez Parallé, com a obra [de]construçom, editada em Espiral Maior. Som da sua autoria os blogues comopamdaboca.blogspot.com e blogoteca.com/dedoscomovermes.


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